É uma longa marcha que começou há quase 50 anos e vai ganhando força, por vezes com muitas dores pelo caminho. Os atalhos que muitos criam para a Liberdade estão desenhados nesta grande reportagem de maio, o mês em que a esperança se renova.
Das universidades de Trás-os-Montes, Porto, Viseu, Lisboa ou Coimbra chega o perfume desses cravos, que agora podemos sentir. Aos 20 anos, a maioria dos estudantes universitários portugueses talvez não consiga imaginar o que foi crescer aprisionado pelo fantasma da guerra colonial, como aconteceu com os avós. Mas sabe que o país vive hoje um novo paradigma, em que a censura social ainda se anuncia, na curva da estrada. Sentem-no bem na pele aqueles e aquelas que ousam assumir a (legítima) liberdade sexual, ou até religiosa. Sentem-no também os que aqui chegam para estudar ou trabalhar, à espera daquele dia em que mandaremos, novamente, um cheirinho de Alecrim.
Mudámos muito, enquanto sociedade, nos últimos anos. O retrato do somos, e do tanto de estrada que ainda temos para andar, está pintado em cada uma das reportagens desta edição, construídas por uma geração de futuros repórteres livres, em quem depositamos toda a esperança que maio pode ter.
Neste programa do REC, participam os alunos Rafaela Cortesão e Lívia Pinheiro da Costa, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; Matheus Mendonça, Paulo Sérgio Nunes, Olavo Furtado Freitas e Pedro Petenazzi, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Rodrigo Machado, Madalena Magalhães, Rebeca Silva e Mariana Santos, da Escola Superior de Educação de Viseu; Caio Oliveira, Margarida Durão, Martinho Cruz e Sara Sanchéz Soares, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; Ana Carolina Dias, Jorge Moreira, Renato Costa e Sofia Sousa, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. A edição foi de Paula Sofia Luz, Jornalista correspondente do Jornal de Notícias e da Revista Evasões. A Coordenação geral foi de Miguel Midões e Luís Bonixe do REC, com o apoio de Ana Pinto Martinho do CENJOR.