Distanciamento social e aproximação virtual

Francisco Sena Santos, jornalista e professor na Escola Superior de Comunicação Social, Miguel van der Kellen, professor da Universidade Autónoma, e Teresa Abecasis, jornalista do Público, foram os editores deste programa.

0
967

Passámos a ter de estar fisicamente separados, o que aumentou a necessidade de, em contrapartida, estarmos mais socialmente conectados. Os dois metros de separação física entre pessoas, como modo de reduzir as possibilidades de propagação do vírus, obrigaram a repensar quase tudo no nosso dia a dia, incluindo a nossa presença em espaços comuns.

Toda a gente tem o dever de usar máscara, de respeitar as distâncias de segurança, de deixar de abraçar fisicamente, até de respeitar os novos corredores de circulação que estão marcados no chão com fita adesiva.

Não podíamos deixar de nos encontrar e soubemos explorar as alternativas: as janelas digitais do Zoom, Skype ou WhatsApp, e as videochamadas converteram-se em ferramenta essencial para o teletrabalho, para a continuação das aulas, para consultas médicas, para celebrações religiosas e até para partilha de companhia em lanches e jantares envolvidos pelo formato digital.

No REC – Repórteres em Construção, também tivemos versatilidade para nos integrarmos nas necessidades das novas formas de estar. A edição do programa áudio do mês passado já teve as sessões de formação com os estudantes das diferentes escolas transportadas para o formato de encontro simultâneo à distância. Esta inovação mantém-se.

É com alegria que continuamos a constatar o grande envolvimento de estudantes e professores, mesmo no tempo de férias do Verão.

É facto que, na conferência de redação preparatória desta edição a publicar no começo de outubro, decidimos recuperar e desenvolver reportagens que os estudantes participantes tinham iniciado na primavera marcada pela entrada e saída do confinamento.

Assim, temos nesta edição a história de como, a partir do saber de professores do Politécnico de Setúbal, foi possível, quando ainda abundava a escassez de equipamentos de proteção individual, desenvolver e distribuir viseiras e álcool gel desinfetante. Também ficamos a saber como uma lojista de um bairro de Santarém soube inovar e transformar a sua casa comercial e mantê-la de porta aberta. Temos para escutar como um padre reagiu à realidade de deixar de ter os fiéis no interior da igreja. Tanta atividade parou, mas a tradicional feira semanal de Famalicão continuou sempre em modo que vamos poder escutar. E como é a sensação de uma estudante que, para regressar a casa nos Açores, é obrigada a quarentena? E as famílias, como reagem? E como é que uma avó viveu o isolamento forçado, apesar de confortada com o apoio das netas? Também a experiência de portugueses que trabalham fora, no caso, na Suíça e no Panamá: como é que eles estão neste tempo de SARS-CoV-2? São temas para a reportagem nesta segunda edição do REC dedicada à vida condicionada pela pandemia.

Neste programa participaram Ana Sousa, Beatriz Duarte e Rui Pedro Félix, alunos da Universidade do Minho; Diogo Moniz, Inês Lacerda e Maria Madalena Ramos, alunos da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa; Maria Rodrigues, Miguel Laia e Raquel Soares, alunos da Faculdade de Ciência Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, e Vânia Barbosa, aluna da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A apresentação é de de Estela Santos, da Universidade Nova de Lisboa. A coordenação conjunta é de Francisco Sena Santos, jornalista e professor na Escola Superior de Comunicação Social, Miguel van-der Kellen, professor da Universidade Autónoma, e Teresa Abecasis, jornalista do Público.