Algum preconceito pode levar a pensar que os jovens nascidos à volta do ano 2000, expostos na última década a sucessivas crises de sociedade e até à obrigação de confinamentos, são consumidores culturais passivos e solitários diante da oferta digital num ecrã.
As reportagens para este programa envolveram dezenas de entrevistas que mostram o contrário: esta geração nascida com o século é muito motivada para práticas criativas e culturais diversificadas, não apenas como consumidora mas também como produtora.
Temos neste programa a evidencia de desejo de teatro, tanto num lugar da plateia como a atuar no palco. As entrevistas realizadas mostram diversificados interesses de leitura, cinema e visita a exposições. Mas as músicas são escolha principal, com preferências muito abertas. Como poderemos escutar logo na abertura deste programa, com o genérico desta vez adaptado, os interesses também cultivam a tradição, representada pela participação numa banda filarmónica de aldeia.
Sobressaem do que é dito pelos entrevistados incitamentos a que os jovens “sejam habituados a ir ao teatro” e, apelo recorrente, pedidos de criação de passes culturais que, tal como já acontece em Espanha e em França, propiciem descontos para os variados consumos culturais dos jovens.
Neste programa do REC participaram Beatriz Pedrosa e Francisco Reis da Escola Superior de Comunicação Social; Eunice Parreira e Sofia Gabriel da Universidade da Beira Interior; Cristiana Marques e Carolina Rocha da Universidade Autónoma de Lisboa; Pedro Esteves e Gustavo Silva da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. A apresentação é de Vanessa Pinto, da Universidade Autónoma de Lisboa. A coordenação e edição é de Miguel van der Kellen, da Universidade Autónoma de Lisboa e Francisco Sena Santos, jornalista da Antena 1 e Professor da Escola Superior de Comunicação Social.