É irónico que este programa, pensado no final de 2019, tenha vindo a ser finalizado em pleno Estado de Emergência – decretado pelo Presidente da República, aprovado pelo Parlamento -, que suspende alguns dos diretos dos cidadãos. Para o bem de todos, suspendem-se os protestos, as comemorações e a liberdade de circulação. Fecham-se as escolas, as igrejas, os recintos desportivos. Reduz-se a economia ao mínimo o que leva à suspensão de muitos postos de trabalho e de algumas rendas. Beijos e abraços vão ficar para depois, por agora trocam-se afetos à distância de uma videochamada. E foi em confinamento que passámos este abril de 2020.
A primeira reportagem a ficar pronta para este REC seria impossível de fazer hoje. Foi a do Diogo Barradas, da Universidade Nova de Lisboa e passa-se num centro de dia em Bucelas. Ali, o Diogo vai conversar com a dona Hermínia – que acha que “está cá já a mais” – e com o Sr. Firmino que, incapaz de “estar todo o dia ali sentado”, ainda vende castanhas. Será a velhice uma cidadania incompleta?
Neste mundo globalizado e sem fronteiras, os migrantes são cidadãos à procura de quem lhes restitua direitos. A Ana Narciso e o João Pedro Morais da Escola Superior de Comunicação Social vão contar-nos a história de Moin, 33 anos, natural do Bangladesh, que aterrou em Lisboa há 10 anos e passou a primeira noite no aeroporto por medo de
sair.
Portugal é há décadas um país de emigrantes e de imigrantes. Foi também um país colonizador. Será que já fizemos as pazes com o passado ou ainda vivemos com preconceito? Isabel Castro Henriques, historiadora, fala aqui sobre a questão da cidadania dos povos africanos.
E qual é a relação entre a desinformação e a manutenção dos direitos dos cidadãos? O José Candeias da Universidade Nova de Lisboa, foi falar com vários especialistas sobre o fenómeno. Um trabalho – com realidade aumentada – que pode ser visto aqui.
E esta é uma questão ainda hoje, 46 anos depois do 25 de abril: afinal que direitos temos? Como os podemos reclamar? E participamos? Assumimos o nosso papel de cidadão? A Mariana Prudêncio, a Matilde Carvalho, a Maria Vieira e o Miguel Laia, da Universidade Nova de Lisboa, foram para a rua acompanhar vários protestos, ouvir quem reivindica e o que reivindica e a Patrícia Dinis, também da Nova, foi ouvir três jovens que contrariam a tendência de que os jovens não querem saber da política.
Neste programa os repórteres em construção foram a Ana Narciso e o João Pedro Morais da Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa; o Diogo Barradas, a Mariana Prudêncio, a Matilde Carvalho, a Maria Vieira, o Miguel Laia, a Patrícia Dinis e o José Candeias da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. A orientação esteve a cargo dos professores Pedro Coelho (UNL), Carla Batista (UNL) e Francisco Sena Santos (ESCS). Coordenação de Luís Bonixe, edição de Carla Pinto (Antena1), com locução de Marta Matias da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.