Algo que é importante – sei-o logo à partida –, escrevo num papel. Algo que quero que dure e que resista à quase inevitabilidade de lhe perder o rasto, escrevo num papel. Como se de alguma forma, as palavras ficassem mais seguras em borrões de tinta, em blocos perfeitamente perecíveis, do que num hardware. A relação que muitas pessoas têm com o papel é perfeitamente emocional.
E foi em busca dessas emoções, quase românticas, que Luís Dias e Vitoria Thomazini, do Instituto Politécnico de Tomar, foram à procura de aficionados de obras literárias da cultura pop para perceber como entraram nesse mundo.
A discussão sobre a importância do papel já ultrapassou as dicotomias e lugares comuns entre o novo e o velho, antigo e o moderno. Até ver, o papel superou o teste do tempo em vários dos seus principais usos. Na literatura, os ebooks abriram um segmento de mercado, não substituíram o já existente. A circulação dos jornais e revistas caiu vertiginosamente, influenciada, entre outras causas, pela digitalização da informação, mas os longos formatos, as revistas de capa duras e edições especiais não dispensam uma edição física. Em muitos casos, o papel tornou-se premium.
Mas para perceber que percurso faz ele até chegar às nossas mãos, o Francisco Pinto, o Alexandre Paulo e a Catarina Rodrigues, da Universidade Católica de Lisboa, foram seguir-lhe os passos.
A viagem termina num terreno mais familiar: numa escola, à volta da qual gravitam os negócios que o papel mantém vivos. A Ana Patrícia Ferreira, a Bruna Almeida de Sousa e a Cátia Barros, da Universidade do Minho, contam-nos porquê.
No site do REC, pode ainda encontrar a reportagem audiovisual das alunas Sâmia Fiates e Paula Pinto, do Mestrado em Jornalismo da Universidade Nova de Lisboa, nos meandros da biblioteca mais antiga de Lisboa, e do seu clube de leitura.